quinta-feira, 13 de setembro de 2012

MATERIA INTERESSANTE SOBRE BRINQUEDOS EDUCATIVOS

Brinquedos educativos não têm eficiência garantida Materiais podem ajudar, mas brincar deve ser ação livre, dizem especialistas.
Conjugar brincadeira, educação e desenvolvimento infantil é missão que se torna cada vez mais acessível. Um filão de mercado promete ser grande companheiro na jornada de pais, responsáveis e educadores na árdua tarefa de bem formar os pequenos: os brinquedos educativos. As opções são inúmeras e garantem auxiliar nos mais diversos aspectos, desde a coordenação motora e psicomotricidade até a verbalização e inteligência das crianças. Mas, será que esses brinquedos são mesmo eficientes? "Não há nenhum modo de comprovar essa eficiência, tampouco um sistema rigoroso e unânime de classificação dos brinquedos educativos", sentencia a doutora em educação e mestre em psicologia educacional Tânia Ramos Fortuna, que também coordena o Programa de Extensão Universitária "Quem quer brincar?", da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Todo brinquedo tem potencial de ser educativo: como objeto lúdico, pode promover o desenvolvimento global ou em áreas específicas. Mas, no fundo, trata-se de uma grande "aposta". "Por definição, o brincar é uma atividade incerta, imprevisível, sem outro fim a não ser ela mesma. Se isso, por um lado, pode ser bastante desanimador para pais, professores e mesmo fabricantes de brinquedos, desmotivando-os a usarem-nos para o ensino e a aprendizagem, por outro, é bastante estimulante para aqueles que reconhecem o caráter livre e imponderável da brincadeira", complementa Tânia. A especialização excessiva dos brinquedos educativos está retirando o jogo de sua área natural e eliminando o prazer, a alegria e a gratuidade, elementos indispensáveis à conduta lúdica. É o que defende a pós-doutora em Educação e coordenadora do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp) da Universidade de São Paulo (USP), Tizuko Morchida Kishimoto, no artigo O Brinquedo na Educação - Considerações Históricas. "Se quisermos aproveitar o potencial do jogo como recurso para o desenvolvimento infantil, não poderemos contrariar sua natureza, que requer a busca do prazer, a alegria, a exploração livre e o não constrangimento", indica. Brinquedo apenas é brinquedo por meio do ato de brincar. Por isso, até mesmo uma tampa de panela pode se transformar em um, enquanto o ursinho de pelúcia e o cubo não saem do status de decoração se ficarem apenas expostos na prateleira. Enfim, o que ajuda mesmo é a ação de brincar unida ao estímulo dado à criança para que ela perceba livremente o conteúdo didático de determinado objeto lúdico. A seguir, confira alguns brinquedos que podem servir de estímulo às crianças, desde que empregados de acordo com as orientações dadas anteriormente pelas especialistas.
OBJETOS DE ENCAIXE Estimulam a memória e a coordenação motora.
INSTRUMENTOS MUSICAIS Tambor, violão e outros são incentivo à verbalização e coordenação motora.

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